Já se foi a época em que Estilo era considerado apenas como parte do bom senso, da ética humana, e guiado por valores sociais. Hoje podemos considerá-lo em um conceito mais amplo como uma identificação pessoal, indispensável para a maioria das pessoas, porque ao desenvolvê-lo, nos tornamos únicos!

Trazemos ao longo dos anos várias referências para compor a nossa marca registrada, e uma delas, provavelmente a mais em voga nos dias atuais, são as tattoos. Eventos que promovem artes aplicáveis, adoção por pessoas com profissões distintas e de tribos e mundos diferentes e uma maior aceitação social contribuíram para a popularização das tattoos. “A tatuagem já não é mais um segredo oculto das pessoas” filosofa Patrícia Martins, 34, barista e sócia da Soul Tattoo.

A maioria das pessoas que se tatuam querem mostrar que tem uma forte personalidade”, diz Fernando Schaefer, 37, baterista da banda Worst.E é esta a principal razão desta “Arte sobre a pele” ter se popularizado em uma época tão individualista e de auto-afirmação como a nossa, levando milhares de seus adeptos a encará-la como um assunto fashion. “Como um ornamento corporal, eu visto as minhas tattoos”, afirma Paulo Tattoo, 44, tatuador e também sócio do Soul Tattoo. Apesar de outro tanto a adotar apenas por certo modismo…

Para a jornalista Cal Ferrari, 30, a tatuagem completa qualquer look com originalidade e exclusividade na pele de cada um. “A tatuagem permite decorar o corpo de diversas formas. Personalidades mais agressivas podem optar por caveiras e demônios, enquanto românticas viajam pelo mundo das flores e fantasias. As possibilidades são infinitas e, sim, definem um estilo e atitude”.

Para um grupo seleto de pessoas a tatuagem já está integrada ao próprio estilo desde sempre. Para estas pessoas suas tattoos representam mais que um estilo visual, é muito mais um estilo de vida. “As minhas tattoos representam um momento da minha vida, um ritual que deve ser respeitado de uma maneira espiritual acima da estética”, comenta Didu Losso, 36, artista plástico.

Conheça a seguir algumas personalidades paulistanas que conseguiram conectar plenamente seu estilo com suas artes pigmentadas. Todos marcaram seus corpos com vários desenhos. Para alguns todas elas têm um significado, já para outros elas vão dialogando entre si, e em outros casos ainda, são desconexas, como salienta Fernando Schaefer: “Nem todas as tatuagens possuem um significado concreto, elas podem apenas representar imagens positivas e negativas”.

Fernando Schaefer, 37, baterista das bandas Worst e Paura

Desde os 16 anos as tattoos invadiram meu corpo. Desde então já rolaram muitas histórias e rabiscos, e cada uma delas marcou uma fase da minha vida. Tenho um estilo hardcore, ou seja, todas as minhas tattoos se integram aos meus costumes, e criam uma sinergia perfeita com meu armário, que basicamente é composto pela cor preta”.

Cristian Elias, 40, vendedor da grife feminina Animale

Há 24 anos eu realizei a minha primeira tattoo. Foi uma tribal no braço. Enxergo a tatuagem como um acessório, uma roupa, e confesso que a maioria dos trabalhos que fiz quando fui modelo foram graças às minhas tatuagens, porque os meus desenhos representam estilo, cultura e arte, e tudo isso tem a ver com a moda!

Patrícia Martins, 34, barista e sócia do Soul Tattoo

Antes de fazer minha primeira tatuagem, aos 19 anos, já me tatuava com henna na praia, porque sempre achei visualmente atraente. É como se essa ‘atitude tatuada’ desse o tom da personalidade para cada um de nós. Para mim elas representam liberdade, proteção, beleza, originalidade e amor”.

Cal Ferrari, 30, jornalista do blog Alma Tatuada

Aos 12 já ansiava por me tatuar. A primeira foi em um lugar estrategicamente escondido, e foi um Kanji que representa o Amor, e desde então ela nunca me deixa esquecer quem eu sempre quis ser! Hoje todas elas (são 8 no total) significam pensamentos, ideologias e homenagens que vivenciei ao longo da minha vida. Elas estão integradas aos meus ideais e ao meu estilo”.

Didu Losso, 36, artista plástico Shunkun Fine Arts

Desde moleque queria ter uma tattoo. Já desenhava no braço esquerdo com canetinha, mas só achei o desenho certo (um Índio de Palm Springs, da Califórnia) aos 18 anos e respeitei a ordem natural das coisas. Hoje em dia muita gente acha que é cool só porque tem uma tattoo e não é bem por aí! É a mesma coisa uma pessoa dizer que qualquer banda de rock é boa ou qualquer atleta é campeão”.

Paulo Tattoo, 44, sócio do Soul Tattoo e tatuador desde os 17 anos

Aos 16 anos me tatuei na primeira loja de tattoo do Brasil. Já estou na profissão há 27 anos e com mais de 80 tatuagens na pele. As minhas representam muitas histórias, lembranças e beleza! Hoje acho que a tatuagem está na moda e ultrapassando barreiras, e sou da opinião de que todas as pessoas que sejam verdadeiras com suas vontades podem ter uma tattoo”.


Carla Palmieri

Carla Palmieri é uma Mulher feliz. Graduada em jornalismo, utiliza sua formação para compartilhar com seus leitores seus conhecimentos e experiências em revistas, jornais e portais de internet. Hoje seus principais interesses são gastronomia, gastro-turismo e moda. Amanhã, quem sabe que área terá o prazer dos seus insights?

3 comentários

cris · 26 de setembro de 2012 às 23:40

fiquei afim de ir até o Soul Tattoo, só pra ter uma tattoo do Paulão..adorei a escolha das fotos, obrigado sempre!

Tito Glasser · 25 de setembro de 2012 às 21:59

Carla,
Ótima matéria. A tatuagem é um universo enigmático e por esse motivo tenho 13 tatuagens e espero ter mais algumas com o decorrer do tempo. Creio que a tatuagem sem significado ela se torna vazia e assim, é uma pessoa sem um determinado estilo ou personalidade.

Beijos e até!

debora Battaglia · 25 de setembro de 2012 às 19:17

Cada vez você está se superando a matéria ficou ótima !!!
parabéns ficou maravilhosa……..

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